O que é a moda?
Porquê e como é que o vestuário se tornou reflexo da nossa identidade?
Já foi há
milhares de anos que nós, seres humanos, sentimos a necessidade de usar peles
de animais, plantas como sapatos para protegermos o nosso corpo do ambiente
envolvente. Nessa altura, não importava se a pele do animal era cinzenta, preta
ou castanha, o importante era que protegia o corpo do frio.
Atualmente ainda
vestimos roupa pela sua função de protetora, mas cada um de nós escolhe e tem
preferência por um vestuário diferente. A moda tornou-se um fenómeno social e
faz parte da estrutura cultural de cada um. Poderá ser vista como um espelho dos
desdobramentos culturais de uma determinada sociedade, uma vez que evidência valores,
crenças, manifestações artísticas, etc. O indivíduo veste-se de forma a
manifestar a sua identidade, a linguagem visual do vestuário é um sistema de
signos que expressa ideias, sentimentos, modos de comportamentos, etc, inserindo-o
dentro de uma redoma social que o mesmo pertence ou deseja se inserir.
A cultura é
resultante de ideias e as ações pelas quais os indivíduos, num determinado
grupo, constroem significações que estruturam as suas relações sociais com os
outros. O consumo na sociedade transcende de um simples ato de subsistência e
passa a expressar significados que se relacionam com aspetos identitários de
cada indivíduo. É a partir destes conceitos que se identifica a relação entre
moda e cultura, o consumo de vestuário é um processo de construção identitária
e de reconhecimento social. O consumo é, atualmente, hábito inerente na nossa
sociedade.
Na nossa cultura,
existe vestuário que associamos a ideias preconcebidas como o que é roupa de homem
e mulher, o que é roupa formal e informal, etc. Quando optamos por uma roupa
que pretende fugir aos padrões de vestuário da nossa sociedade é porque
queremos passar uma mensagem, queremos destacar-nos, dizer que nós somos “isto”
e temos “estes” ideias. Por exemplo, as roupas largas e ténis vistosos são
associados a street wear, porque num momento da história usou se esse tipo de
vestuário para quebrar costumes dessa época e começar uma subcultura a que hoje
associamos a hip hop, street art, graffiti, rap, etc. O mesmo acontece com
outras subculturas. Hoje em dia alguma dessas modas foram revividas e
adaptadas, na verdade o que se quis construir foi acrescentar novos significados
para esses ideais. Mas estes pré-conceitos da moda vão mudando ao longo da
história, vejamos por exemplo as calças, era impensável uma mulher usar calças antes
do 25 de abril, hoje é comum. Quando é que os homens poderão usar saias sem
serem julgados pela sociedade? A nossa cultura está em constante mudança e com ela
a nossa sociedade.
O signo é aquilo
que, sob certo aspeto ou modo, representa algo para alguém e que o seu reconhecimento
pelo sujeito ocorre mediante uma relação básica entre o representante, relaciona-se
com a capacidade do sujeito de o apreender pelos sentimentos; o objeto, que
viria a ser a representação do signo e que se revela pelos sentidos; e o
interpretante, que seria a consciência intérprete do signo, ou seja, o seu
significado construído por meio da razão do indivíduo.