Os pais são essenciais na criação, os pais no caso entende-se por figura familiar, plural ou singular, não necessariamente os progenitores. Estes, responsáveis por uma educação não formal, transmitem conhecimentos e valores, uma base emotiva para uma criança que eventualmente terá de se inserir em sociedade. Todas as ações destes pais importam, todas transmitem algo ao filho, desde a maneira como erram, à forma como reajem e admitem esses erros.
Dificilmente alguém tem a sorte de ter uma educação perfeita, os pais, que um dia já foram filhos, tiveram de ser educados por alguém, muito ou pouco apto para essa tarefa. Os filhos, que um dia poderão vir a ser pais, aprendem com este exemplo de educação, que podendo estar cheio de lacunas, inicia um ciclo, um histórico de cicatrizes passados de geração a geração.
E que condições são estas? A maturidade e inteligência emocional dos pais, a maneira como escolhem dialogar ou evitar tópicos, a educação formal, a possibilidade destes pais recorrerem a violência por acharem que esta impõe respeito, etc. Não esquecendo também as condições socioeconómicas, a condição financeira, os ideais que lhes foram incutidos em determinada época, o ambiente familiar. Todas estas circunstâncias podem acertar ou falhar na criação de um ser, na minha opinião, apto para educar um filho.
Olhando para a minha experiência, consigo perceber como a educação da minha mãe teve falhas, consigo perceber o porquê de ter tido a educação que tive, como a minha personalidade e ideais foram moldados não só pelas falhas da minha educação, mas pelo exercício de introspeção que me permite ver essas falhas. Acredito que muitos pais não devam ser pais, que uma criança saudável precise de um bom acompanhamento, cheio de compreensão, atenção, razão e tempo, porém, também acredito que mesmo alguém que venha de um ambiente defeituoso, tem a possibilidade de ultrapassar essas marcas emocionais, a possibilidade de quebrar esse ciclo, oferecendo ao filho a educação que não pôde ter.