segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O Dominante e o Submisso

 

Já dizia o maravilhoso Oscar Wild, tudo tem a ver com sexo, menos o sexo! O sexo é uma relação de poder que acontece entre dois principais polos, o positivo e o negativo, o permitido e o proibido, o intenso e o calmo, essencialmente o dominante e o submisso. Isto acontece, por norma, de forma natural e espontânea, sendo que sexo e sexualidade são coisas completamente distintas. Sexo é como ter fome, sede ou sono, uma necessidade básica digamos. Enquanto a sexualidade qualifica o que é de natureza sexual, logo, cultural. É aqui que as coisas ficam interessantes!

A complexidade desta “parada sexual” que é a sexualidade humana mexe com o nosso ser de forma total, contudo subtil. O mundo dos relacionamentos (sejam eles duradouros ou não) torna-se um verdadeiro campo de batalha, em que se planeiam as operações de guerra necessárias para chegar ao satisfazer dos impulsos naturais. Até porque o sexo não é senão o culminar desses impulsos e o “cessar fogo” da guerra. A bandeira branca é levantada e os corpos entregam-se em êxtase ao prazer que lhes é tão natural como saciar a cede com um copo de água num dia quente de verão.

A questão da dominação e submissão é a parte mais mental e, por vezes inconsciente, desta complicada componente sexual humana. Para esta relação de desigualdade de poder não é preciso sequer toque físico. No campo de batalha de que falava a pouco as forças presentes têm a perfeita noção se estão numa posição dominante ou não (porque neste caso não se fala de perder ou ganhar) sendo que, essa posição dominante pode mudar consoante o decorrer da batalha de sedução. Este conjunto de comportamentos, costumes e rituais que envolvem a submissão de uma pessoa a outra transmitem claramente que o sexo resulta de uma luta baseada no poder. Portanto…. Oscar Wild, onde quer que estejas, tinhas razão!