Já
dizia o maravilhoso Oscar Wild, tudo tem a ver com sexo, menos o sexo! O
sexo é uma relação de poder que acontece entre dois principais polos, o
positivo e o negativo, o permitido e o proibido, o intenso e o calmo,
essencialmente o dominante e o submisso. Isto acontece, por norma, de forma natural
e espontânea, sendo que sexo e sexualidade são coisas completamente distintas.
Sexo é como ter fome, sede ou sono, uma necessidade básica digamos. Enquanto a
sexualidade qualifica o que é de natureza sexual, logo, cultural. É aqui que as
coisas ficam interessantes!
A
complexidade desta “parada sexual” que é a sexualidade humana mexe com o nosso
ser de forma total, contudo subtil. O mundo dos relacionamentos (sejam eles
duradouros ou não) torna-se um verdadeiro campo de batalha, em que se planeiam
as operações de guerra necessárias para chegar ao satisfazer dos impulsos
naturais. Até porque o sexo não é senão o culminar desses impulsos e o “cessar
fogo” da guerra. A bandeira branca é levantada e os corpos entregam-se em êxtase
ao prazer que lhes é tão natural como saciar a cede com um copo de água num dia
quente de verão.
A
questão da dominação e submissão é a parte mais mental e, por vezes
inconsciente, desta complicada componente sexual humana. Para esta relação de
desigualdade de poder não é preciso sequer toque físico. No campo de batalha de
que falava a pouco as forças presentes têm a perfeita noção se estão numa
posição dominante ou não (porque neste caso não se fala de perder ou ganhar)
sendo que, essa posição dominante pode mudar consoante o decorrer da batalha de
sedução. Este conjunto de comportamentos, costumes e rituais que envolvem a
submissão de uma pessoa a outra transmitem claramente que o sexo resulta de uma
luta baseada no poder. Portanto…. Oscar Wild, onde quer que estejas, tinhas
razão!